domingo, 18 de maio de 2014

O que quero escrever

Sobre o amor, a dor e todas as coisas que são as mesmas coisas e nos fazem ser as mesmas coisas. Sobre o diferente e tudo aquilo que é diferença e é amor e dor. Sobre estar sendo e nunca Ser. Sobre ter ao lado e nunca Ter. Sobre viver, sobreviver e nunca morrer. Sobre a morte e a memória. Sobre esquecer. Porque morrer não é carne, é esquecimento.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

TÓIN ÓIN OIN

TÓIN ÓIN OIN
           

‘Minha nega que a lindeza é um dom
Tem cabelo ruim, mas um coração bom’

Meu pequeno idiota
Já está na hora de ir embora

“Não vai me chamar para o café ?”

A partir de hoje não sou mais tua mulher
meu homem que a burrice convém
não faço parte do seu harém
Qual a ruindade dos meus fios?
Sobre quais águas você passou, meu senhor?
Esqueça a princesa que te mantém.

Toma este aviso:
A lindeza é meu dom
A fortaleza é o sabor da beleza
Com meus fios fortes, homem
Torno belo o corte
Torno vivo o desenho dos cachos
E vem você dizer que ele é parvo?

Pois saiba que a minha deusa
Careca era linda
De trança mais ainda
Com um Black, então, sem noção.

“Foi brincadeira!”

Não fale mais besteiras
Eu só quero que você saia
Deite em outro leito
Durma com seu cabelo
Coloque do seu lado,
Beije seus fios,
penetre os seus cachos,
sinta o cheiro da chapinha
ouça uma declaração de cada cutícula
e goze na raiz.

Vai ficar feliz?

Ah, meu irmão
Vai ficar é na mão
Só para aprender a respeitar
Meu cabelo e meu lugar


Sinta o meu Ph.